No primeiro instante
No primeiro instante,
o coração fica apertado
se esconde atrás da porta,
rebelde.
E ali, sozinho, se estica,
arregaça, rasga,
sem ninguém ver.
Óculos embaçam
soluços se atropelam,
atordoam e calam.
O dia anoitece,
a noite enlouquece
e vagueia entre as sombras
do nada, do vazio,
do sem sentido.
No primeiro instante
morre o riso
o som, a cor,
a razão e
morre o encanto.
No primeiro instante
tudo é desamparo
vira estilhaço, fragmento.
Inconsciência...
quando eles vão embora!
Os que eu amo!
Cada um leva um pedaço,
que não se desgruda,
enredando em saudade,
sanfonando minha alma...