Do alto do monte
Com lágrimas doces reguei sua face
Amargo era meu interior
Ao abraçar senti o enlace
Que quis guardar em torpor
Os momentos únicos, todos guardei
Os momentos profundos, no coração escrevi
Os momentos felizes na mente listei
Mas mesmo assim pela dor que sinto parti
As letras das músicas a bailar
As fotos que sempre revi
Na mente e no peito uma dor a pulsar
Por toda esperança que perdi
Ah como é singular
Abrange tudo que há em mim
O amor escorre dos poros e a vida a inalar
É mais apreciada que o próprio jasmim
Dei uma pausa na felicidade
Quando entendi ter limites que não sei lidar
Pode ser coisa da idade
Mas no momento precisei me afastar
Sinto muito pelas coisas que falei
Peço perdão por cada lágrima derramada
Sinto ainda mais pelas palavras que calei
Pois a razão me tomou e senti-me desarmada
O sonho ficou longe no horizonte
A realidade sufocou-me sem piedade
Vi-me cercada de ácido em cima de um monte
Onde só avistava dor no futuro e essa é a verdade
Perdão pelo choro mudo
E também pelos soluços
Mas é melhor o apelo surdo
Que escorrer minha vida pelos pulsos