Pintando o Passado.
Dentro de meu estúdio,
Entro em contato comigo,
Vejo amor ou repúdio
Falsidades ou ombro amigo.
Estimado ateliê
Onde me produzo,
Buscando escrever
Aquilo que é abstruso.
Em minhas telas
Pintadas pelos verbos,
Umas tão singelas
Outros tão soberbos.
Ao pintar o passado,
Reconheço o presente
Como o futuro de outrora.
Tudo que me foi dado,
Que recebi de presente
Que guardei ou joguei fora.
Servem como recordação,
De momentos tão meus
Amizades que levo no coração
Ou inimigos lançados nos breus.
Pinto para poder valorizar
Neste Astral da Memória,
Levado pelas ondas do mar
Meu vício e glória.
De estar vivo
E me reconhecer,
Como indivíduo ativo
No caminho de crescer.
No Cosmo Eterno
Eis aqui o desafio
Sentir o abraço terno
E unir o nosso fio.
Como partes integrantes
De um todo coeso,
Ordenado em instantes
Que variam em peso.
Pinto o passado
Em busca do futuro,
Releio tratado,
Por vezes obscuro.
Pinto o passado
Para saber o presente,
O que há ao meu lado
Que não estou consciente?
Pinto o passado,
Já não o vejo em nostalgia,
Posso estar errado
Quem define poesia?
Hilton Boenos Aires
30 – Dezembro – 2015.
Caruaru – Pernambuco.