Vidraças espelhadas

E palavras frágeis se desprendem de almas

E cansadas, se encostam em paredes frias

Camuflando mágoas, entre o verde e a calma

Caindo dos olhos, e das mãos, virando poesia

Hoje é segunda de um janeiro de chuva fina

De tempo congelando, vida que passa apressada

E o poeta, se segura, tenta, e com jeito desatina

Sua loucura santa, oferta, sem palmas, sem nada

Versos de uma saudade, espelhada em vidraças

Espalhadas pela cidade, a chuva vem e embaça

Até a tal felicidade; dedos descuidados, desenham

E corações solitários, vagam, perdidos entre senhas.