AREIA FOFA

Se procurar bem, você acaba encontrando.

Não a explicação duvidosa da vida,

Mas a poesia inexplicável da vida!

Carlos Drumond de Andrade

Então os meus pés afundam

Na areia fofa à beira-mar

Penso na vida enquanto

Tatuíras se afundam na areia, medrosas

Eu, igualmente medroso, afundo-me

Em saudades e lembranças

Enquanto o tempo célere cobra de meu corpo

Uma lentidão até há pouco tempo inexistente

O sol, tímido, esqueceu que é verão

E desbotado esconde-se entre nuvens

Tão cansado quanto eu

Penso nos bons momentos em que

Eu tinha asas e ia longe

Tão longe que desaparecia por entre as nuvens

Agora apenas me afundo na areia fofa

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28.12.15

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 28/12/2015
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