O Boêmio
Na minha janela passava
todo dia de manhã
Ia com o cabelo molhado e um
Cheiro de hortelã
Passava, sempre passava
Correndo sem se molhar
Trazia, na mão, uma capa de chuva,
Um violão afinado,
no corpo, uma faceirice no andar...
Gostava, sempre, gostava
De tarde lhe ver
Voltar
Cabelo despenteado
O corpo todo molho
Um cheiro adocicado
Um violão arrastado
Andar atravessado
E um sorriso
Fora do lugar!
Umburana de Cheiro