Recordações de Itabira

Como é bom recordar de nossa antiga Itabira.

Da casa onde eu morava, junto à igreja da Saúde,

de cujo alto o belo cenário era um raro privilégio.

Das ladeiras calçadas de pura hematita brilhante,

que após as chuvas refletiam o mais límpido azul.

Do footing da Tiradentes à Alexandre Drummond,

e das nossas prosas na porta do Sô Niquinho.

Dos doces sorvetes e milk shakes do Bar Palô,

aguardando a sessão das seis no Cine Atlético.

A grande árvore ainda resistia na pracinha central,

e em torno dela uma energizante fonte luminosa.

Os boêmios mais velhos lotavam o Bar Nova York,

vizinho do velho Cine Itabira à sua direita.

Lembro-me de subirmos à pé a Dom Prudêncio,

e jogarmos partidas de sinuca no Bar Cinédia.

Logo depois a gente rumava pro Candinho,

onde se reunia a bonita juventude itabirana.

Mais tarde, já animados por uns bons tragos,

todos partiam pra hora dançante do Valério Pará.

Nas madrugadas, com o dia já quase amanhecendo,

outros tragos e PF do Olintão ou Bar Botafogo.

Não podia esquecer-me dos bailes do nosso CAI,

e de seus calorosos carnavais que eu tanto gostava.

Eu adorava ver a dançar o saudoso Bebé Magalhães,

sempre tão alegre e irradiando sua grande simpatia.

Harock
Enviado por Harock em 21/11/2015
Reeditado em 14/01/2017
Código do texto: T5456408
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.