Recordações de Itabira
Como é bom recordar de nossa antiga Itabira.
Da casa onde eu morava, junto à igreja da Saúde,
de cujo alto o belo cenário era um raro privilégio.
Das ladeiras calçadas de pura hematita brilhante,
que após as chuvas refletiam o mais límpido azul.
Do footing da Tiradentes à Alexandre Drummond,
e das nossas prosas na porta do Sô Niquinho.
Dos doces sorvetes e milk shakes do Bar Palô,
aguardando a sessão das seis no Cine Atlético.
A grande árvore ainda resistia na pracinha central,
e em torno dela uma energizante fonte luminosa.
Os boêmios mais velhos lotavam o Bar Nova York,
vizinho do velho Cine Itabira à sua direita.
Lembro-me de subirmos à pé a Dom Prudêncio,
e jogarmos partidas de sinuca no Bar Cinédia.
Logo depois a gente rumava pro Candinho,
onde se reunia a bonita juventude itabirana.
Mais tarde, já animados por uns bons tragos,
todos partiam pra hora dançante do Valério Pará.
Nas madrugadas, com o dia já quase amanhecendo,
outros tragos e PF do Olintão ou Bar Botafogo.
Não podia esquecer-me dos bailes do nosso CAI,
e de seus calorosos carnavais que eu tanto gostava.
Eu adorava ver a dançar o saudoso Bebé Magalhães,
sempre tão alegre e irradiando sua grande simpatia.