Saudade premente
Lá perto donde eu morava,
morava a filosofia,
a três passos, quem diria,
debaixo dum pé de fava.
Sob a sombra que guardava
o meu sonho faz-de-conta,
onde crescia uma planta
que a natureza regava.
Morava na mesma rua,
na casa da poesia,
a três passos, quem diria,
as quatro fases da lua.
Foi lá que fiz a gazua
que me abriu esta saudade
e pôde entrar claridade,
nas quatro fases da lua.
Eu ainda era criança,
mas notava, quem diria,
que o calcanhar de Maria
tava sofrendo mudança.
E seus cabelos de tranças
já tinham nós desatados,
com mandassem recados
pra mim e outras crianças
A três passos, bem na frente
da casa em que eu morava,
tinha um outro pé de fava
que cuidei desde semente.
Inda vive em minha mente
até hoje, quem diria,
como as tranças de Maria,
a lua, em fase crescente
e esta saudade premente
a perguntar: quem diria?
Lá perto donde eu morava,
morava a filosofia,
a três passos, quem diria,
debaixo dum pé de fava.
Sob a sombra que guardava
o meu sonho faz-de-conta,
onde crescia uma planta
que a natureza regava.
Morava na mesma rua,
na casa da poesia,
a três passos, quem diria,
as quatro fases da lua.
Foi lá que fiz a gazua
que me abriu esta saudade
e pôde entrar claridade,
nas quatro fases da lua.
Eu ainda era criança,
mas notava, quem diria,
que o calcanhar de Maria
tava sofrendo mudança.
E seus cabelos de tranças
já tinham nós desatados,
com mandassem recados
pra mim e outras crianças
A três passos, bem na frente
da casa em que eu morava,
tinha um outro pé de fava
que cuidei desde semente.
Inda vive em minha mente
até hoje, quem diria,
como as tranças de Maria,
a lua, em fase crescente
e esta saudade premente
a perguntar: quem diria?