Memória de nós dois
Não sabia mais nada
se ainda vivia ou
simplesmente habitava...
Abriu todas as frestas
desvendou os olhos e a alma
se entregou em amor...
Conheceu o extremos
levantou voo
pairou no ar
e foi feliz...
Abraçou o não abraçável
desejou o inalcançável
sonhou o não prometido
e chorou...
Benzeu o testa e o peito,
untou-se de coragem e fé
queimou-se a cada dor
na cura das feridas
e findou-se ...
Findou-se
Engasgada
com todas as palavras:
não ditas
mal ditas
bem ditas
Findou-se
sufocada com:
os eu te amo
os eu te quero e,
os eu te preciso...
Findou-se para o amor,
e viverá, apesar dele...
Partiu, levando no olhar
o rosto amado...
Deixa- se gravado
em lágrimas,
na lápide fria:
" Insana!'
Em memória de nós dois!