Invisibilidade
Invisível hoje serei, talvez seja a tristeza primaveril...
Ainda que discorde, primavera rima com leveza, anil,
Deve ser a capa cobrindo o céu, preferia o azul no céu;
E pétalas das roseiras esparramadas pelo vento, ao léu.
Mas a chuva vem, compondo a paisagem, choro com ela...
Lágrimas de uma saudade, e o olhar vê através da janela,
Atravessa o tempo, em passos vagarosos, e até medrosos;
Omite o bater leve do coração, antigos momentos preciosos.
Aqueles em que tudo era atenção, motivo de risos amorosos...
Hoje banhados por água morna, escorrem pela alma, chorosos,
Desidratando os sentidos, entristecendo o verso, carente e quieto;
Se prende aqui dentro, versa saudade, sentindo um aperto no peito.