UM CANTO DE AMOR
O que me importa a madrugada,
Enviesada, rasgada,
Meus fantasmas, minhas rasuras,
O meu olhar perdido, tenso,
Propenso à loucura...?
O que me importa o peso do silêncio,
O feixe que transporto sobre o dorso,
O fundo sem fundo do poço,
A lágrima, a angústia absurda,
Que me espreita... se ajeita; me desnuda,
Me deixa sem nome, sem sobrenome,
Lentamente me consome...?
O que me importa a vida torta,
A paisagem morta,
A mão que corta o vazio,
O temor, o tremor, o fastio,
A ausência de aliança...?
No descompasso das horas, nada importa,
Pois, triunfo na sua lembrança,
Que me envolve solidária,
Apesar de toda dor,
Quebro o silêncio, com um canto de amor.
...E a madrugada, já não é minha adversária,
Danço no escuro, invento o esplendor.
O que me importa a madrugada,
Enviesada, rasgada,
Meus fantasmas, minhas rasuras,
O meu olhar perdido, tenso,
Propenso à loucura...?
O que me importa o peso do silêncio,
O feixe que transporto sobre o dorso,
O fundo sem fundo do poço,
A lágrima, a angústia absurda,
Que me espreita... se ajeita; me desnuda,
Me deixa sem nome, sem sobrenome,
Lentamente me consome...?
O que me importa a vida torta,
A paisagem morta,
A mão que corta o vazio,
O temor, o tremor, o fastio,
A ausência de aliança...?
No descompasso das horas, nada importa,
Pois, triunfo na sua lembrança,
Que me envolve solidária,
Apesar de toda dor,
Quebro o silêncio, com um canto de amor.
...E a madrugada, já não é minha adversária,
Danço no escuro, invento o esplendor.