Cidade
Seu esmero é manifesto em desdém,
Quando o olhar permeia o além.
Da fissura na janela,
O mancebo objeta aquilo que tanto anela.
Luzes fulgidas evanescem o anoitecer.
Inflamando a ânsia do pacato, ser,
Pois sua volúpia reside no conhecer
O porquê a cidade parece nunca esmorecer.
Foi, então,
Que durante a profusão,
De inveja e gozo,
Aquele planar tépido fez-lhe menos auspicioso.
Uma pequena ave acalantou seu dorso.
Da cidade sem dúvida ela vinha,
Visto que, penas brancas, não detinha.
A plumagem cunhada nas nuvens fabricadas,
Mostrava que a avezinha estivera naquelas ruas afortunadas.
Por conta disso o mancebo muito a inquiriu,
Todavia, a emplumada só fitava o céu anil.
Nosso moço assim decidiu,
Oferta-lhe de cantil.
Nesse instante, contudo, a avezinha se arvorou,
Eximiu-se do jovem corpo,
E voou,
Rumo a seu próprio escopo.
Taciturno, ficou o simples rapaz.
Indagando-se se ela olharia para traz.
A Profusão fomentou a dilação.
Ele guardava, então, outra visita da civilização.