Eternecer
Eternecer
E formou-se dali vazios dentro de vazios.
Era sem forças, sem forma, mas pesado.
Incolor o veneno correndo por todo lado,
Atingindo os nervos e o coração apertado.
Inexplicável os mofos dos muros que caem,
Minha pele agredida, rachada, destruída.
Agonizando o ar seco que na noite recai,
Essa incompletude sádica na minha mente.
Minhas mãos gélidas e os lábios riscados,
Desespero por não ver o que há n’outro lado.
Rego esse chão e as lembranças falantes...
Por que é aqui onde não há nada que sou errante.
Seja compassivo e não me deixe esmorecer.
Seja o ser de quem sou cativo até o eternecer.
Victor Cartier
(Dedico a A.L.S.)