Eternecer

Eternecer

E formou-se dali vazios dentro de vazios.

Era sem forças, sem forma, mas pesado.

Incolor o veneno correndo por todo lado,

Atingindo os nervos e o coração apertado.

Inexplicável os mofos dos muros que caem,

Minha pele agredida, rachada, destruída.

Agonizando o ar seco que na noite recai,

Essa incompletude sádica na minha mente.

Minhas mãos gélidas e os lábios riscados,

Desespero por não ver o que há n’outro lado.

Rego esse chão e as lembranças falantes...

Por que é aqui onde não há nada que sou errante.

Seja compassivo e não me deixe esmorecer.

Seja o ser de quem sou cativo até o eternecer.

Victor Cartier

(Dedico a A.L.S.)

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 23/09/2015
Código do texto: T5392516
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