* Eu e o tempo *
E como um marujo solitário que abraça o mar
Fazendo dele o teu melhor amigo,
Eu me fecho na quietude...
Ventos uivantes que sopram em meus cabelos
E levam meus pensamentos ao mais longínquo mundo...
O olhar perde-se no limite do horizonte entre o céu e o mar....
Onde começa o céu?....
Onde termina o mar?
Pairam gaivotas sobre mim...
Como se soubessem que qualquer companhia me seria bem vinda...
Faço delas confidentes,
Sabendo na certeza de que nada do que foi dito
Será confidenciado a outros....
Me ouvem e se vão
E com elas, carregam um pedaço de meus segredos....
Uma concha nas mãos,
E na areia escrevo frases conexas e desconexas de sensações vividas...
Sensações adiadas....
Sensações perdidas....
Ali registro meu livro...
A onda vem...
O livro se vai....
A história fica!
Suspiro em um breve fechar de olhos...
Guardo a concha como recordação...
Feito Caneta de Bico de Pena
Onde escreveu nas areias do tempo....
Mais uma história de amor.