RECORDAÇÃO
Quando me perdi e fui envolto pelo destino.
O teu nome, que é poesia, escrevi no vento,
Subjugando-me ao acaso, não percebi meu desatino,
E nem a solidão que eu mesmo construí como o meu templo.
O teu nome ao vento escrevi para me acompanhar,
Pois por ele sou levado como folha perdida,
E quando ele soprou em meus ouvidos que de ti me distanciava,
Entristeci-me e vi a cor e o sentido fugir de minha vida.
Então, no horizonte se formou uma tempestade escura,
E me vi condenado a vagar só com o teu nome na lembrança.
Hoje vivo atravessando vales tortuosos e rios de águas turvas,
Mas sempre alimentando um reencontro de esperança.
Ainda sou levado pelo vento, mas ele se tornou um alento,
Pois sigo contemplando o teu nome que nele escrevi.
E assim, solto, tua recordação tornou-se meu sustento,
E caminho feliz, porque um dia te conheci.