RECORDAÇÃO

Quando me perdi e fui envolto pelo destino.

O teu nome, que é poesia, escrevi no vento,

Subjugando-me ao acaso, não percebi meu desatino,

E nem a solidão que eu mesmo construí como o meu templo.

O teu nome ao vento escrevi para me acompanhar,

Pois por ele sou levado como folha perdida,

E quando ele soprou em meus ouvidos que de ti me distanciava,

Entristeci-me e vi a cor e o sentido fugir de minha vida.

Então, no horizonte se formou uma tempestade escura,

E me vi condenado a vagar só com o teu nome na lembrança.

Hoje vivo atravessando vales tortuosos e rios de águas turvas,

Mas sempre alimentando um reencontro de esperança.

Ainda sou levado pelo vento, mas ele se tornou um alento,

Pois sigo contemplando o teu nome que nele escrevi.

E assim, solto, tua recordação tornou-se meu sustento,

E caminho feliz, porque um dia te conheci.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 16/09/2015
Código do texto: T5384518
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