CASINHA DE OURO
Oh! Infância tão querida!
Vivida com ardor.
Naquela casinha de madeira.
Feita com peroba do mato.
Pintada com tinta óleo.
Brilhava com intensidade.
Numa rua esquecida da cidade.
Ali vivíamos nós.
Um tanto quanto sós!
Tinha um quintal imenso.
Cheio de plantação.
Com laranjeiras.
Limeiras e
Até feijão.
Ali naquele recanto.
Todos ouviam meu canto.
Era um menino Feliz.
Que crescia altivo.
Naquela vida simples.
Que mesmo na cidade.
Parecia coisa do campo!
Um jardim na frente.
Em meio a uma flor.
Que cheirava
Que brilhava.
Nossa casa despontava.
Não era coisa de lindeza.
Mas tinha nobreza.
Era como minha mãe.
Querendo que eu fosse doutor.
Havia ternura.
Doçura e amor!
Agente se alimentava
Da semeadura de nossas verduras.
Era tomate.
Alface.
Repolho.
Cebolinha e
Abobrinha.
E também uma ramada.
Que não era só de sombra.
Produzia uva em abundância.
Dando-nos sustância.
Era uma vida simples.
Mas cheia de alegria.
Assim passava os dias.
Daquele menino magro.
Que crescia faceiro.
No meio de um vespeiro.
Que se instalou no terreiro.
Tudo era lindo!
Pra se viver.
Pra construir
E pra crescer.
Hoje só saudade.
Daqueles tempos de outrora.
Do nascer da aurora.
Dos frios.
Das geadas.
E das madrugadas.
Não esqueço jamais.
Da alegria dos meus pais.
E da minha saudosa mãe
Que já se foi
Mas deixou lembrança.
Dessa linda, Bela e sublime...
Infância!