Sem vento
Quando o vento deixa de soprar.
me falta o ar, mas a vida segue.
Segue parada, num deserto em alto mar...
ou num barco à vela que espera por um sopro.
Gaivotas lá no céu passam curiosas,
algumas parecem até olhar para mim
e devem se perguntar qual a graça de eu estar lá,
sem nenhuma paisagem nova ou flor para namorar.
Não podendo respondê-las, volto a fitar o infinito,
esperando que asas mais fortes, possam, de repente, me fazer velejar.
- Vem vento, vem vindo até mim...
me leva para aquela terra já conhecida.
Tenho tanto a fazer e a dizer, nem escrever mais posso.
A alma já não consegue se inspirar naquela azul.
E o vento não vem, não me leva...me angustia.
Espero sem saber o que esperar.
A Liberdade de ontem fugiu há cinco anos
e não me levou consigo.