CANOA QUE JÁ NÃO NAVEGA NO RIO
Rio abaixo, rio acima, navega a canoa,
De António Chipenda, com os produtos
Da sua roça pra fazer permuta no Fubo
Com bens que o colono recebe do Puto.
Café, Cacau, coconote e demais artigos
Em troca de arroz, feijão, sabão e ainda
Missangas, são a moeda de troca usada
Numa concorrência saudável, disputada.
Canoa que Ruy de Sousa ao descobrir
A baía de Cabinda, batizou de Almadia,
Que abundava naquela formosa baía,
Onde me banhava todos os dias a curtir.
Baía hoje tão mal tratada, com os poços
De petróleo que a tingem de tom escuro,
Prejudicando a pesca, principal consumo
Do povo castigado com tantos destroços.
A canoa pertence à história, como a permuta,
Hoje impera o dinheiro, que serve de moeda,
Pelos senhores do poder que detêm fortunas
Deixando o povo alimentar-se de amarguras.
Ruy Serrano - 31.08.2015