Lágrima

De amores imperfeitos

A vida vai se fazendo

E a cada esquina recusada

Um carro passa e a fumaça intoxica.

O céu azul se desfaz em chuva

Que cai fria e dormente

Divaga na calçada

E leva aquela folha verde, enlameada.

Chega um sopro frio na pálpebra

Que fecha e cai uma gota salgada

Percorre o lábio e vai até o busto

Escorre lentamente até o umbigo.

E ali permanece.

Escondida no refúgio do ser.

Lá ninguém percebe que a tristeza

É explícita e intolerante.

Viajou no corpo inteiro,

Deixou aquele rastro molhado

E cheio de saudade.

De lá eu não saio – disse a lágrima.

Quimera
Enviado por Quimera em 28/08/2015
Código do texto: T5362580
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