S.S.
Quantas saudades eu tenho
desse rosto jovial que escanhoado
sorria para mim em sua beleza mais
sincera e apaixonada.
Mil saudades me fazem sentir as lembranças
de seus lábios carnudos e donos dos
mais saborosos prazeres
que meu coração jamais provou.
Ainda revejo em sonhos
o seu nariz que, carpintado pelas próprias
mãos da divindade e da perfeição, aspirava
o cheiro da minha toalha sem saber que
cheirando-a inflava na minha alma a fragrância da sua.
Saudades minhas mãos têm das brincadeiras sem sentido
que as suas se empenhavam em executar nos meus dedos
e na minha palma, aflorando o contraste da minha pele à sua.
Embora eu sinta saudades de tudo o que ele é,
mais ainda tenho daquele olhar que me revelou
a crueldade direta dum fogo que nunca conheci
e um frescor que acariciava o meu
coração em frenesi.