Saudade lisonjeira ...

[...]

meu poema tem cheiro de rendas;

de coisas antigas; mobílias de pés torneados

louças de ágata com florzinhas desenhadas

e do cortinado na janela...

Minha poesia é de bilro; onde as mãos tecem

com esmero o enredo enredando-se nas ideias..

O meu poema tem o cheiro das avós;

que, à tardinha esperam pelos seus amores

_ mesmo que ausentes ...

O meu poema é a lágrima das cartas de outrora

onde o punho se dava no enlace das maõs ...

É a fome daquilo que sinto

é a nostalgia de um lírio caído

descrito em tule / flores maceradas

para o banho na banheira...

(... deixando a saudade tão lisonjeira...)

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 18/08/2015
Código do texto: T5350404
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