Saudade lisonjeira ...
[...]
meu poema tem cheiro de rendas;
de coisas antigas; mobílias de pés torneados
louças de ágata com florzinhas desenhadas
e do cortinado na janela...
Minha poesia é de bilro; onde as mãos tecem
com esmero o enredo enredando-se nas ideias..
O meu poema tem o cheiro das avós;
que, à tardinha esperam pelos seus amores
_ mesmo que ausentes ...
O meu poema é a lágrima das cartas de outrora
onde o punho se dava no enlace das maõs ...
É a fome daquilo que sinto
é a nostalgia de um lírio caído
descrito em tule / flores maceradas
para o banho na banheira...
(... deixando a saudade tão lisonjeira...)