silêncio
Esse barulho ensurdecedor do silêncio,
Viola meus tímpanos, desperta meus grilos...
E busco razões motivos, ou, influência,
Tico e teco enlouquecem, pobres esquilos...
Guardo meu pé tentado a chutar a porta,
E arde meu sangue cismando incertezas;
Como se corresse uísque pela velha aorta,
Ou, se a feiura tivesse sequestrado à beleza...
Não te culpo pelo que ignoro só me angustio,
Pela certeza de não saber da missa a metade;
Se fazes assim, com a lógica reta me associo,
E concluo que tens motivos, ou, quiçá, vontade...
Se tens motivos, tua inocência me conforta,
Se tens vontade, que com ela, atos concordem;
Não creio em conquistas arrombando a porta,
Sofrer com dignidade ameniza a desordem...