Museu de saudade

Desejo-te gotas de chuva,

frescor para seus pensamentos,

suavidade para sua intensidade,

carícias para sua frieza,

prevendo momentos de dor,

aqueles sem a tenra cor,

esperando que encontres sabor,

que se deleite nos verdes prados,

assoviando músicas antigas,

deixando dissiparem-se as mágoas,

libertando o coração de tristezas,

ressentimentos ressignificados,

cinza transformado em aquarela,

para pincelar as pontes de seus quadros,

as flores de seus jardins de inverno,

o sol da meia-noite que teima aparecer,

a nudez rubra de seu reflexo no espelho,

resguardando-se em museus de saudade,

descortinando exposições intimistas,

configurando-se obra prima da vida,

no pulsar de um amor recontado à cada lua,

memória que jamais se faz esquecimento,

sobrevivência que arde na fogueira dos tempos,

observa o andarilho a longa jornada,

procurando um rumo, um sentido para sorrir,

buscando o encantamento da menina do farol,

luz que ilumina os caminhos tempestuosos,

deixe a porta aberta para uma nova chance,

pois toda a bondade há de ser recompensada...