Os meus dias infantis.
Meu caro leitor amigo
Eu quero cantar contigo
A minha grande saudade
Do tempo de mãe querida
Começo da minha vida
Prazeres da mocidades
Desse tempo estou saudoso
Embora muito cioso
Guardo tudo na lembrança
Já vejo perto a velhice
Mas recordo com meiguice
Do meu tempo de criança
Da casa que morei nela
A saudade me revela
Imensa dor cruciante
Ali mamãe faleceu
Minha prole pereceu
E dela eu vivo distante
Mamãe fez a despedida
Daquela velha guarida
Só tenho recordação
Daquele passado lindo
Só resta meu tamarindo
Ma frente do casarão
No lar dos meus ancestrais
Eu perdi os meus velhos pais
A minha progenitura
Distante do meu abrigo
Carrego sempre comigo
A minha grande ternura
Somente a cruel distancia
Faz me lembrar da infância
Que passei no lar paterno
Longe de mamãe querida
Vou sofrendo a minha vida
Meu tormento sempiterno
Foi nesse lar campesino
Que tive quando menino
Conselhos dos meus ancestres
Nesses versos verdoengos
Recordo meus avoengos
Como os meus primeiros mestres
Hoje eu lamento sozinho
Distante do velho ninho
Da minha tosca orfandade
E como corvo agourento
Eu vou cantando o tormento
Da minha infelicidade
Longe do meu tamarindo
O meu ser vai sucumbindo
Neste mundo tão vulgar
A solidão desmedida
Faz lembrar mamãe querida
Matrona do nosso lar.