Casa Vazia

Me sinto desabitada sem tuas mãos
que acariciavam meus sonhos,
enchiam de flores meus versos
deixando em mim um colorido jardim.
Sou como a ave sem ninho,
voando em volta de si mesma
sem lugar para pousar.

Me sinto casa vazia,
onde um dia reinou a beleza
de palavras cobertas de cor,
divididas na sintonia de dois seres
que chegaram a se amar.
Nas paredes nuas falta teu retrato,
eu sou só a poeira que restou,
dos sonhos antecipados
que juntos sonhamos.

E naquelas cadeiras,
onde sentaríamos para ver o mar,
hoje eu sento sozinha
esperando teu barco chegar.

Passarão os dias, meses,
talvez anos, e não virás.
Eu envelhecerei desabitada,
empoeirada de lembranças.
Tua cadeira sempre estará lá,
na casa vazia de ti, ao lado da minha.
No meu coração, meu amor esperará,
até quando meus olhos,
não mais puderem enxergar.