Resgate
Num pavoroso instante,
a escuridão me toma:
o vazio das palavras!
Embora? Para onde,
minhas palavras?
Busco no vento
nas melodias
na lua silenciosa
no horizonte tranqüilo
nos morros verdes;
e investigo na poesia
no riso das flores
nas nuvens fugidias...
Como tudo pode continuar
como se nada fosse,
nada houvesse?
Perdi-me delas,
quando esqueci de mim
lá no labirinto
das asperezas e securas.
Volto... num resgate alucinado:
não me deixem sem meu ar!
... nas fundezas, escombros
e descampados,
zumbis, elas agonizavam!
Queridas! Queridas! Queridas minhas!
Desilusão alguma
justifica tanto relapso,
tal estrago,
tamanho afastamento!
Perdão!
Ah! Novamente respiro!
Pulso! Vibro! Ressurjo!
Juntas! Ressignificadas:
eu e as palavras!