Resgate

Num pavoroso instante,

a escuridão me toma:

o vazio das palavras!

Embora? Para onde,

minhas palavras?

Busco no vento

nas melodias

na lua silenciosa

no horizonte tranqüilo

nos morros verdes;

e investigo na poesia

no riso das flores

nas nuvens fugidias...

Como tudo pode continuar

como se nada fosse,

nada houvesse?

Perdi-me delas,

quando esqueci de mim

lá no labirinto

das asperezas e securas.

Volto... num resgate alucinado:

não me deixem sem meu ar!

... nas fundezas, escombros

e descampados,

zumbis, elas agonizavam!

Queridas! Queridas! Queridas minhas!

Desilusão alguma

justifica tanto relapso,

tal estrago,

tamanho afastamento!

Perdão!

Ah! Novamente respiro!

Pulso! Vibro! Ressurjo!

Juntas! Ressignificadas:

eu e as palavras!

Maisa Schmitz
Enviado por Maisa Schmitz em 03/08/2015
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