Perdida no tempo

Hoje é noite de Lua azul no céu a cintilar,

na mão uma taça e na outra um papel,

versos inebriados pela saudade, por criar,

nem tão doces como mel, nem tão amargos quanto fel.

Tornei-me tão somente mais uma ébria do amor,

no cantarolar de um solitário e boêmio coração a vagar,

repletas de rimas, pesarosas trovas, assim gritava minha dor,

dentro de um silêncio que ninguém mais poderia suportar...

Eis a hora turva inefável ao exímio poeta,

como quem chora sem chorar e grita sem gritar,

seguindo a deriva sem um rumo ou mesmo uma meta,

chora comigo poesia, chora comigo quem também não pode poetar...

Segredos segregados de um tolo mundo a zelar,

esconde oh minh'alma, a melancolia, pois já nem podeis mais chorar,

secando-me os olhos de um incontrolável lacrimejo,

olho para além do infinito onde assim ainda sei que o vejo.

SimoneMoreira
Enviado por SimoneMoreira em 01/08/2015
Código do texto: T5330779
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