Abandono

Pela noite, ventos do poente sopraram

a fuligem que recobria o que fora,

como que num ritual sádico,

implantado no peito.

A brasa,

Agora reavivada,

corroendo lentamente as carnes do órgão pulsante.

A chaga do Cristo,

Profanada no peito da pecadora

Cratera crescente

Crescente...

Paliativos buscados na cama,

E nada

E nada...

Há uma eternidade na dor do abandono.