PREAMAR
Todo dia a insônia me convence que o céu faz tudo ficar infinito
Frejat
Já é alta madrugada!
A noite é sem luar... Fria e chorosa.
Viro... Reviro... Transpiro...
Desatino acordada.
A insônia não me deixa dormir.
Um sentimento doido mexe dentro de mim.
Levanto! Acendo um cigarro, trago a fumaça,
Ardem-me as pupilas! Ligo a luz do meu aquário.
Preciso ver meu amor na tela.
A saudade é infinita do tamanho do céu escuro.
Sou uma sereia em preamar!
Esperando meu pescador me cobrir de amor.
Pego a caneta para lhe escrever um verso.
Mas as palavras esquivas da inspiração
E as letras flutuam em ondas cerebrais
Vejo vitrais de catedrais!
Volto para cama tépida.
Percebo uma estrela que cintilante se insinua.
Enquanto eu espero o sono que não vem
O verso o poema que me faça adormecer.