PALCO
Seu corpo era meu palco,
nele sempre atuei.
Pele cheirando a talco,
reino onde fui rei.
Seu corpo, sublime local,
perfeito para meditar.
Quando me sentia mal,
ia, nele, rezar.
Seu corpo me alimentava
de amor e tesão.
Entre suas pernas provava
o doce mel da paixão.
Seu corpo hoje é saudade
que habita meu pensamento.
Queria poder, na verdade,
traze-lo, de volta, no vento.