Saudades de Outrora (Saudades do Sertão)
Recordo os velhos tempos,
Do meu sertão de outrora:
Da poeira do estradão...
Da porteira e da viola.
Saudades, doces lembranças...
Saudades do meu sertão:
Do carro de boi passando,
Deixando marcas no chão.
A poeira ia baixando,
O carro de boi passava.
O boiadeiro contente
O seu berrante tocava.
Ali o João de barro,
Perto da velha paineira...
Construía sua casinha,
Junto à sua companheira.
Ao passar pelas florestas,
Junto às sombras dos coqueiros...
Saudades dos animais
E dos caipiras brejeiros.
Nas noites frias de inverno,
Ouvia ao pé da fogueira –
A boiada que passava...
E o ruído da porteira.
O canto da passarada...
Quase nada na algibeira -
A coruja e o curiango,
Nas noites de lua cheia.
Saudades dos velhos tempos,
Do meu sertão de outrora...
Saudades doces lembranças –
Saudades que sinto agora.