AVE DE RAPINA
AVE DE RAPINA
No lençol da minha saudade...
Ainda recordo teus olhos covardes
Querendo desprender-me dos meus sonhos
Partindo, como que ressecando...
No calor de um amor insano,
Fugistes, como um piscar de olhos,
Fingistes, não ouviste meu grito de amor.
Ristes, fechando minhas pálpebras,
Encharcadas de lágrimas,
Num retiro santo,
Voastes,
Veloz, afoito e latente ...
Revelou quem eras,
Verazmente...
Um pássaro havido e distante,
Levando meu riso,
Meu céu de diamantes...
Deixando meu mundo triste,
Sem teu cheiro santo...
E agora,
Minha alma implora,
As asas de tua volta...
Na unção de um beijo
Pontual e meigo...
O inverso do que levastes outrora...
Fazendo-me sorrir novamente,
Serei teu rei...
Teu amante...
Ou um simples plebeu...
Inconsequente.
Marisa Zenatte
* Direitos Reservados