Tempos felizes
O tempo que passou não é palpável,
pois os ponteiros dos relógios
não giram em marcha a ré.
O que num segundo é,
no próximo será passado.
Mas este pode ser retomado
pelo que de feliz ficou guardado
nas camadas sobrepostas da memória.
Eis sobre o tempo a humana vitória
de reviver a magia de cada história
que por detrás dos olhos se fabrica.
De tudo o que foi um tanto fica
e é isto o que no fundo inspira
a reviver o que a mente colorira
na transitoriedade das idades.
Pois para cada tristeza que se vai,
para cada rastro de saudades,
há de brilharem novas felicidades.
Junho/MMXV