O relógio do tempo

A mão que já não toca o mesmo rosto

Um dia sentiu o verdadeiro carinho

A boca que um dia provou um beijo e seu gosto

Hoje se cala ou fala num tom bem baixinho

O corpo que um dia foi aquecido pelo calor do abraço

Hoje vive puxando a coberta numa cama fria

A alma que um dia preenchia todos os espaços

Hoje esta presa na sua própria covardia

As palavras ditas ao pé do ouvido

Foram soltas ao vento

Aquele gesto meigo e tão tímido

Se foi com o tempo

O que nos resta agora

É nos agarrar num fio de esperança

E tentar acertar os ponteiros das horas

No relógio das boas lembranças

Slipswell Roque
Enviado por Slipswell Roque em 03/06/2015
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