O relógio do tempo
A mão que já não toca o mesmo rosto
Um dia sentiu o verdadeiro carinho
A boca que um dia provou um beijo e seu gosto
Hoje se cala ou fala num tom bem baixinho
O corpo que um dia foi aquecido pelo calor do abraço
Hoje vive puxando a coberta numa cama fria
A alma que um dia preenchia todos os espaços
Hoje esta presa na sua própria covardia
As palavras ditas ao pé do ouvido
Foram soltas ao vento
Aquele gesto meigo e tão tímido
Se foi com o tempo
O que nos resta agora
É nos agarrar num fio de esperança
E tentar acertar os ponteiros das horas
No relógio das boas lembranças