Colibri...

Teus olhos meigos encerram

Todo o brilho das estrelas,

São qual diamantes sem jaça,

As lágrimas, que na taça,

Quem dera, meu Deus, bebê – las!

Vives, porém tão distante,

Pareces de mim te esquivas,

Se olho prá lua pálida,

Te sinto a presença cálida,

Que mesmo em sonho, cativa...

Porque só sonho contigo,

Fantasia a que me entrego,

Flutuante como a bruma,

Leve e solta como a pluma,

Tu, dentro de mim carrego...

Em todo lugar te vejo,

Parece alucinação,

Saudade formando imagens,

Trazendo – te nas miragens,

Prá acalmar meu coração...

A realidade sombria

Será sempre minha algoz...

Por mais que teu nome chame,

Amor ao espaço derrame,

Nunca ouço a tua voz...

Quando um dia me encontrarem,

fria, qual morto colibri,

Saberão: no triste ninho,

Busquei em vão, teu carinho,

E de tristeza, morri…