LENTO OU TRISTE

LENTO OU TRISTE

Marcos Olavo

“Poeta, ou algo assim quer”!

Morte ou vida que negas!

Poeta sempre ouça: Ou traga a visão

Onde a tragédia mora dos medos,

Ou seja, afogada no triste pesar

Vendo o lançar do temporal dos anos

Nesta vida onde mora o susto, o atropelo novo

Tem teus lares quebrados,

Dizendo-me o acaso do amor?’

“E o tempo voa: Explica mais”.

“Poeta, ou algo que vive em mim”!

Pavor ou solidão na neblina!

Poeta sempre, lembre, pense, grite!

Por esse dia que vai além de nós,

Pelo gritar da escuridão atormentado,

Explicando a este poeta do pior medo

No jardim pobre que chove em você

Nestes rios negros conhecidos,

Essa hora apanhada no céu cinza!”

E o poeta explica: “Pé quebrado.”

“Lento ou triste que chora”!

Poeta, ou quem sabe de mim!

Posso ai, dormir! Chorei, levantei, morri!

Carrego o temporal, respeitei

A tua dor, deixei-me a noite.

Ouça-me, não demore na visão podre

Perdido esta lua desconhecida.

Carrega-me pelo pedaço frágil teu

Castigando “a minha vida viva.”.

E o poeta esquece: “Chore outra vez”.

E o desastre cai; eu lembro

No banco de cimento em mármore

Na antiga pedra; eu irei, eu farei.

Parecendo, ao ver-te o duro perdão,

Um caminho demorado. A escuridão jorrada

Do céu caído em nós sem medo

Do chão arranhado a tristeza sombria; e, fera

Daqueles monstros que voam ate a mim,

Não sei mais, não serei mais, nunca verei!

marcos bilac
Enviado por marcos bilac em 14/05/2015
Código do texto: T5241755
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