In memoriam of my mother
Amanheci num súbito, sentindo-te ao meu lado,
Sentia tua presença, tua segurança, tua paz, sentia vc no ar,
Haviamos estado juntos por horas a fio, ainda podia te ver,
Nada mudou, vivemos a mesma vida, no mesmo tempo e lugar...
Então te chamei, da maneira que sempre fazia ao acordar,
Silêncio... tornei a chamar, nada... Insisti, mudei o tom, nada...
Mas ainda trazia em mim o teu toque de despertar. Mãe, meu chinelo!
Não encontro, pode trazer ? E novamente as palavras se tornaram vãs,
Olhei em torno, o desajeitado calendário estampava - maio 2015.
Um vazio invadiu-me a alma, anulou-me a razão e cobrou lucidez...
Como, então sonhara ? Não é possível, pude te tocar, olhar nos olhos,
Me abraçe forte, traga meu copo de leite, tenho fome...
Mãe, não se vá, não agora, ainda não cresci, ainda não escovei os dentes...
Essa separação é insuportável, dizem que saudade doi, doi muito...
Nosso tempo não é mais o mesmo, a tua mão soltou a minha,
Mas laços ocultos nos unem pelo coração, e tua alma tem minha posse,
Laços eternos, amor sem limites, tal qual Fênix, renasce das cinzas,
Que a morte não ouse separar, tudo que unimos em vida.
Mãe, eu te amo !!!!
Rog, 10-5-2015