TRISTE COMO SEPULTURA
Intrépidos e desmedidos!
Meu sentimento mais profundo
Desperta na venturosa madrugada
Como as falenas tatalando asas.
Lá fora o frio veste as folhagens
Enquanto eu cubro-me de saudades.
Entumecida na lubricidade e lasciva.
Sonhando os sonhos dos amantes.
Beijos colados oásis da paixão ardente
Malograda nas investidas!
Sem esperança de te encontrar...
Minh’alma triste como sepultura.
E a noite se faz muda e surda.
Despida do jardim sidéreo
Vestida com tons de cinza
Gotas escorrem na janela.
Há de se decifrar o mistério
Pingos de letras saciam minh’alma
Como as gotas da chuva em chão árido.