Saudade Bandida
A saudade é bicho bruto
Impossível de domar
É vendaval traiçoeiro
É sinônimo de amar
Chega de mansinho
Para me atormentar
É cartinha, é bilhete
Uma frase de amor
Um álbum de fotografia
Um perfume do exterior
E quando me vejo livre
Mais dominada estou
Pois não me sai da memória
Esses trechos da história
Que o passado deixou
A saudade é uma confusão
Cálculo nenhum sabe explicar
Como saudosas lembranças
Podem lágrimas arrancar
A saudade é algo triste
Quando vem fica e persiste
Até nos fazer chorar
A saudade é bondosa
Do amor nos faz lembrar
Dos cabelos, dos risos
Dos lábios e do olhar
A saudade é o preço
Que o destino cobra
Pela felicidade de sobra
Que vem nos ofertar
Nessa vida é preciso
Saber negociar
O destino é muito esperto
Não nos deixa velhacar
De cada copo de amor
Uma jarra de saudade
Ele deixa em seu lugar
Essa saudade bandida
É malandra é metida
É o preço a se pagar
De saudade vou sofrendo
Dia a dia vou morrendo
Essa bandida vai me matar
Morrer de saudade
É morrer de amor
É poético, é doloroso
É sina de trovador