Ela costurou fios de saudade,
sentada na areia da noite
no mesmo mar
onde juntos
um dia se amaram.

Ela foi com ele,
que não queria ir.
Ele que pretendia voltar,
para o lugar, 
que era ela.
Ele, que nunca voltará.

Nesta saudade,
que dilacera a carne,
uma lágrima cai.
Do grão de areia,
nasce uma pedra azul,
que ela tira dos olhos,
e carrega no peito

- ele e ela.