VEJO MINHA VIDA
Quando eu era jovem;
O gosto da vida era doce
Como a chuva
em minha língua...
Com a vida eu brincava
Assim, como uma brisa
Brinca com a chama
Duma vela;
Um jogo bobo, eu achava.
Em castelos de areia;
Eu sonhei,
Planejei,
Criei...
E na noite eu vivia,
Mas me escondia
Na bela luz do dia.
As canções, ah as canções!
Estavam ali, desejosas!
Para serem cantaroladas,
A juventude gostosa...
Esperava minhas reações.
Mas eu a deixei vendada
Eu... recusei a ver...
Eu corri rápido,
Ligeiro,
Com pressa,
Cego...
Porém o tempo,
Ele passou por mim
E minha juventude
Se foi... assim.
A cada louco dia
Algo novo
Ele trazia,
Mas nunca enxerguei
O vazio
Por trás do brio.
No amor eu joguei:
Orgulho e arrogância
E a cada chama que eu acendia
Muito rápido ela se esvaia.
Os amigos se foram,
De alguma maneira
Comecei só
E só... terminarei essa peça
D'minha maneira.
Agora, há tantas musicas
Em meu coração
Que não serão,
Cantadas por mim.
E na minha língua...
Sinto o gosto amargo
Das lagrimas,
Ah... das lagrimas,