Réquiem
Quando tudo parecia claro,
de haver imenso sol no céu,
é como se, a rima no papel,
fosse diamante nada raro.
No tempo que aquilo era certo
e qualquer brisa nos levava,
nem bem a vela a gente içava
e de querer já estava perto.
No auge das noites estreladas:
era a lua me olhando da janela.
Uma flor que eu trazia na lapela
e minha solidão, era acompanhada.
Quando todo dia era momento
e qualquer motivo era razão,
eu desconhecia a sensação,
o vazio do descontentamento
Na época, se foi cumplicidade,
se foi algo estável, eu fui também.
Era canto alegre, não um réquiem,
um luto de perca da simplicidade.