Temporário
Ó, como sofro por tanto amar-te,
Sobretudo quando fraudar-me tento,
Na ilusão, aqui, e em toda parte,
Talvez não seja tal como o vento.
Ele, maleável, isento de culpa,
No apogeu de sua sobriedade,
Não sopra em vão nem inventa desculpa
Quando se defronta com a saudade.
Ela, sempre veemente e tenaz,
Revolve tudo que está ao redor,
Ora pro mesmo lugar, a favor da paz,
Ora pra longe, denotando o pior.
Então, sendo assim, da boca pra fora,
Por fim, some; e sem nenhuma demora.