Soturno
Os sonhos acabaram, e mais pareceu que tudo que me apertava enfim conseguiu me sufocar, e quando eu morri, percebi que tudo faleceu junto, e nada mais voltaria a ser como era.
Não é culpa de ninguém, não há culpados ou então vítimas, mas há tudo com o que se foi. Há pesares, há perguntas sem respostas (ou com respostas inquietantes). Há noites sem sono, e sonos que não amam mais a cama.
E é quase sempre que ao tocar a sirene diurna que faço-me em pedaços denovo, como se por inteiro não houvesse mais mundo nenhum. Nunca há de ter um quando o que morreu longe deixa muita saudade.
E nas sirenes noturnas que falamos alto, mas não ao vivo e à cores.
De tudo, ainda sobrou poucas lembranças. Areia dourada e som de verão. Águas profundas.
O fim do mundo só aconteceu para mim.