TENTATIVA
Tentativa
Retorno ao pergaminho
empunhando a velha pena
tentando passar a limpo...
sou barrada pela mente
recusando-se à sina
de relembrar e sofrer.
Deponho a pena e a dor,
na tábua tosca da mesa,
debruço-me sobre o sonho
de lembrar de esquecer!
Porém o meu interior
já cansou, não quer querer!
...e deixa a dor rolar
nas lembranças escorrendo,
neste pranto sem chorar
que da alma sai gemendo...
Essa dor inda me mata
neste não querer querendo...
Desisto, eu não mais quero
passar a limpo meus versos...
esses farrapos imundos
ficarão pra sempre imersos,
rente ao pó, longe do céu,
entre os borrões dos rascunhos!
Carnaval/2011
OlgaMatos