Nada Está Morto
Alimento a alma deste
amor
que descarna desejos,
seca outros beijos,
me acalma.
E nada esqueço
que tenha vivido,
com esse amor tanto
querido,
mesmo tendo ele partido,p'ra cumprir amargo
carma.
E nada evapora
na madrugada,
nem o tempo acorda a
emoção,
de prosseguir a caminhada
neste plano de ilusão.
E te dou colo, atenção,
muitas preces
e, nossa recordação
parece domina,
toda e qualquer sensação.
E mato tua sede
com amor real
afastando-te de todo
o mal,
encobrindo com o meu,
teu carente coração.
Tens gosto de mel e de sal,
amargo-doce
que molha a boca,
apego de igual p'ra igual.
E que me importa
se estas morto...
Se rasgo o céu das noites
e em mim te recolho.