Rebentações

Acordei como se não fosse eu

Vi o dia diferente, a Serra sumiu

Sumiram os cataventos de Osório

Apagaram-se as luzes do morro da Borussia

Na noite, pintavam caminhos de estrelas.

Na areia, restou o pisar delicado das gaivotas

Devem estar me esperando, solitárias na praia.

O mar louco de maresia, silenciou.

Como sempre, meus olhos se turvaram,

Sempre que tenho que partir

Sempre ao dizer adeus...

E os pesqueiros navegam longe da rebentação.

Hoje, acordei mais triste, mais urbana, menos humana

Nem juntei os farelos para os meus peixes

O dia azul, ficou calado, parecia entender...

Sempre morro um pouco quando tenho que ir embora

As casas estão mais vazias

E alguma coisa dói em mim

Não há mais a barra

Nem botos

Até Piazzolla calou

A moça de África com vestes tribais, não apareceu.

E vou morrendo quando termina o verão...

Beijo a todos!

Maria letra e cor
Enviado por Maria letra e cor em 03/03/2015
Reeditado em 08/04/2015
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