Rebentações
Acordei como se não fosse eu
Vi o dia diferente, a Serra sumiu
Sumiram os cataventos de Osório
Apagaram-se as luzes do morro da Borussia
Na noite, pintavam caminhos de estrelas.
Na areia, restou o pisar delicado das gaivotas
Devem estar me esperando, solitárias na praia.
O mar louco de maresia, silenciou.
Como sempre, meus olhos se turvaram,
Sempre que tenho que partir
Sempre ao dizer adeus...
E os pesqueiros navegam longe da rebentação.
Hoje, acordei mais triste, mais urbana, menos humana
Nem juntei os farelos para os meus peixes
O dia azul, ficou calado, parecia entender...
Sempre morro um pouco quando tenho que ir embora
As casas estão mais vazias
E alguma coisa dói em mim
Não há mais a barra
Nem botos
Até Piazzolla calou
A moça de África com vestes tribais, não apareceu.
E vou morrendo quando termina o verão...
Beijo a todos!