FONTE DO ORVALHO

São instantes turbulentos
sobre rajadas dos ventos,
bem em cima do meu teclado.
Os suspiros são incessantes
quando relembro os amantes,
lá num lugar do passado.

Não escrevo pedindo ajuda
deixo que a rima fique muda,
fica melhor se tampar o sol.
Não posso ficar aqui rimando
vendo as flores murchando,
entristecendo nosso arrebol.

Vendo onde o mendigo dormiu
minha inspiração não surgiu.
hoje não cantarei a canção.
Saudade me faz de assoalho
não sou a fonte do orvalho,
e nem as cordas do violão.



 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 17/02/2015
Reeditado em 18/02/2015
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