O SILÊNCIO...
Eu já conversei com o relógio,
Sei, foi algo ilógico,
Mas eu tentei.
Não me diga que nunca pediu algo à lua,
Vendo-a brincar de morrer e renascer?
Sim! Vi, por vezes, meus desejos atendidos,
Outros foram perdidos... E não me encontrei.
Com a face na penumbra,
Num olhar de fissura,
No mesmo tom dos teus,
Depois de cada beijo,
Que hoje ainda os vejo,
Quando cerro os meus.
Assim, percebi diversas lógicas,
A razão se tornou tão simplória,
Que já não explicava o coração latente,
Embora os lábios dissessem o que sentem,
Os mesmos calavam a mente,
Num frenesi de balbucia.
E acaso isso não te convença,
Vindo a dor que ti vença,
Perdurará a lógica suprema,
A de que o amor não foi e nunca será justo,
Nem mesmo aos que tentam,
Procurar a sua essência,
Seja na ausência do ser,
Ou na presença de uma singela gota,
Ou quem sabe com a alma em poça,
Quando naquela ilógica conversa com a lua,
Falem sem palavras, ou cem lágrimas,
E sintam em resposta... O Silêncio.