O SILÊNCIO...

Eu já conversei com o relógio,

Sei, foi algo ilógico,

Mas eu tentei.

Não me diga que nunca pediu algo à lua,

Vendo-a brincar de morrer e renascer?

Sim! Vi, por vezes, meus desejos atendidos,

Outros foram perdidos... E não me encontrei.

Com a face na penumbra,

Num olhar de fissura,

No mesmo tom dos teus,

Depois de cada beijo,

Que hoje ainda os vejo,

Quando cerro os meus.

Assim, percebi diversas lógicas,

A razão se tornou tão simplória,

Que já não explicava o coração latente,

Embora os lábios dissessem o que sentem,

Os mesmos calavam a mente,

Num frenesi de balbucia.

E acaso isso não te convença,

Vindo a dor que ti vença,

Perdurará a lógica suprema,

A de que o amor não foi e nunca será justo,

Nem mesmo aos que tentam,

Procurar a sua essência,

Seja na ausência do ser,

Ou na presença de uma singela gota,

Ou quem sabe com a alma em poça,

Quando naquela ilógica conversa com a lua,

Falem sem palavras, ou cem lágrimas,

E sintam em resposta... O Silêncio.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 09/02/2015
Código do texto: T5130655
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