A CARTA
Em uma arrumação diária
Ao armário do quarto
Deparei-me com um objeto antigo
Uma frasqueira velha de viagem.
Esquecida em um canto qualquer
Abandonada sem ser utilizada
Pensei, refleti se deveria abrir,
Para que voltar ao passado?
Se o presente é agora
Abri, quase nada tinha de importante,
Fotos antigas, desbotadas, chaves velhas,
E um anel de formatura sem uso.
Observei direito, no fundo, estava uma carta,
Amarrada por uma fita rosa e amarelada pelo tempo
Abri e acelerei a leitura com tristeza,
Uma inesperada lágrima na face rolava.
A caligrafia rabiscada, inconfundível,
Era de alguém que conhecia e gostava
O texto bonito falava de cada um dos filhos,
Dizendo que os amava de verdade,
Chorava, soluçava enquanto a leitura continuava,
No final estava por mamãe assinada
Apertei a carta contra o peito
Feliz em saber que muito fui amada.
A carta continuou guardada
Na frasqueira, mas que agora embeleza
O mais lindo lugar da casa.
Elisabete Leite – 28/01/2015